Quando criei este blog, em 2009, a frase em destaque no cabeçalho era "Porque uma criança única merece um nome exclusivo". Na altura, eu andava obcecada com a lista de nomes admitidos e não admitidos em Portugal e os conteúdos baseavam-se sobretudo na exploração dos novos nomes que ia descobrindo e na busca incessante de alternativas a Beatriz, Leonor, Matilde, Afonso, Martim & Rodrigo. Quando releio esses posts iniciais, fica bem patente a ingenuidade com que comecei mas, a realidade é que eu acreditava mesmo que era possível escolher um nome bonito, diferente e pouco popular e que as pessoas só não o faziam, porque não sabiam que podiam!😅
Exclusivo, para mim, era sinónimo de "pouco popular" mas rapidamente percebi que, naquela altura, as pessoas estavam saturadas dos nomes da geração de 80 e 90, voltando-se para as nossas raízes, sendo claríssima a tendência para os nomes aristocráticos. E esses sim, eram vistos como nomes "exclusivos", porque a maioria deles, efetivamente, só se ouviam em meios mais requintados, à falta de melhor palavra. Os nomes da monarquia eram os nomes distintos e credíveis de que tanto precisávamos para abafar os ânimos novelescos das gerações anteriores. E foi assim que, por longos anos, os nomes medievais, aristocráticos, da monarquia, foram predominando nos rankings, ao ponto de, agora, deixarem de ser vistos da mesma forma. Falamos sobre sobre isso recentemente e até criamos a lista de Nomes Betinhos de 2023.
Realisticamente, acho que as referências de elitismo se mantêm nos dias de hoje; no entanto, o Rodrigo e a Beatriz, nascidos em 1995, cresceram rodeados destes nomes e, chegada a hora de escolher o nome para o seu bebé, já não é bem isto que pretendem. A questão é: mas então, o que é que os pais de hoje valorizam? E pensando mais em nomes vintage e retro, que nomes poderiam poderiam ser incluídos numa lista de nomes distintos?