Petição Pública para a Liberdade de Escolha do nome... e não só!

em 18/06/14


Ontem recebi um email a alertar-me para a existência de uma Petição pública para a Liberdade de escolha do nome. Como já afirmei anteriormente aqui, eu não gosto desta restrição, acho que a lista tem lacunas e não entendo algumas decisões, mas também não sou a maior adepta das grafias adulteradas ou de nomes inventados. Não sei se será possível chegarmos a um meio-termo mas, entre não poder registar Bryan e passarmos a poder registar Brayan, fico sem saber para onde me virar... 

Pouco depois, dei de caras com este artigo de opinião no jornal Público, que versa sobre os nomes internacionais.  Eu sou apaixonada por nomes portugueses e, por isso, também eu acho que existem alternativas tradicionais portuguesas mais bonitas do que Samanta ou Abigail. É claro que o texto hiperboliza a importância atribuída ao nome internacional, mas a verdade é que passa a ideia de isso é que "está a dar" quando, na realidade, os nomes tradicionais portugueses continuam a ocupar os lugares cimeiros do top português e que os nomes internacionais mais usados em Portugal não são de introdução recente no país. No top feminino, podemos encontrar Sofia, Alice, Clara, Júlia, Victória... No masculino, Gabriel, Rafael, Daniel, David, Lucas. Assim, só alguém que nunca olhou para os rankings de nomes mais populares no momento poderá acreditar que daqui a uma geração teremos uma Samanta de Mello Breyner ou uma Melissa Ferreira Leite... 

No meio deste dilema, qual é a vossa posição? Assinariam esta petição ou acham que a lista de admitidos já é vasta o suficiente para conduzir à diminuição da portugalidade citada no texto?

30 comentários:

  1. Embora eu não concorde com a lista e não entenda certos critérios, também não concordo com a TOTAL liberdade de escolha.
    Para além de casos como o de Mel e Jasmim, e Pérola/Perla, entre outros, que eu não entendo,
    acho que todos os nomes estrangeiros deviam ser admitidos, principalmente os mais internacionais e comuns, como Sophia, Jack, William, Emilly, a possibilidade de podermos escolher um th (Arthur, Matheus) dois ll's ou mm's (Isabella, Emma) portanto, todos os nomes estrangeiros "normais", e deveriam haver restrições apenas a nomes "inventados" e versões de nomes inventadas (Não concordo com a possibilidade de alguém se chamar Maicon Jaquison, Deivide, Kemmilly, Viiktórya). E também acharia muito mau que alguém se chamasse Impressora, Xerox, Papel...como já vi numa notícia sobre um caso no Brasil. Toda a liberdade tem um limite. E ao contrário do que diz a petição não acho que os pais tenham a liberdade de escolher o nome que quiserem para filho, a partir do momento em que essa escolha pode humilhar bastante o filho durante a vida, acaba-se a liberdade. Não vou assinar a petição.

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  2. Acho que prefiro deixar como está, apesar de achar de há nomes perfeitamente inofensivos e bonitos que são proibidos em Portugal,e nesses casos acho que deveria haver forma de se pedir autorização para usar os mesmos. Mas sou contra a liberdade de inventar nomes, ou pôr nomes que venham a provocar à criança vergonha.

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  3. Mary, tenha a fineza de não mencionar o nome do Brasil, pois esse país nada tem que ver com a petição.

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  4. *Correção:
    ...nos próximos comentários, tenha a fineza de não mencionar o nome do Brasil em assuntos que não dizem respeito a esse país.

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  5. Ahahahah
    Querida Maria Lúcia... ! Digo o nome do Brasil sim, pois é um exemplo de como não é boa ideia esta petição, já que é um país onde há total liberdade de escolha de nomes e basta olhar para os nomes registados no Brasil, para ver o resultado de tal ideia. É um ótimo exemplo por isso mencionei e torno a mencionar. E aqui fica a noticia de que falei:

    http://www.brasilpost.com.br/2014/05/15/nomes-estranhos-carimbo_n_5329475.html

    Este blog já foi melhor frequentado e já tive mais vontade de comentar nele. Ultimamente é impossível dar opiniões neste blog. Eu sei que é incontrolável Filipa, mas este blog era tão mais agradável quando tinha poucos leitores e poucos comentários. Às vezes mais vale poucos e bons e é verdade!

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  6. Mary, é com grande tristeza que me vejo forçada a concordar com o seu comentário. Tenho saudades dos debates mais saudáveis e estimulantes e dispensava bem comentários que insinuam má vontade face aos brasileiros, que é coisa que ao longo destes cinco anos nunca manifestei, muito pelo contrário... :(


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  7. Embora aqui (Brasil) haja liberdade para escolha de nomes de filhos, não deveria ser bem assim, tendo em vista que a lei de registros públicos não permite a opção por nomes constrangedores, vexatórios...
    De outro lado, parece claro que há muitos cartorários, registradores que não levam isto muito a sério... Muitas excentricidades ainda aparecem, infelizmente...

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  8. Também teria restrições em relação à assinatura desta petição, Filipa... Ao mesmo tempo em que haver uma lista de nomes permitidos pareça um pouco limitado, é ainda uma forma de proteger a criança - tanto de nomes claramente absurdos/constrangedores, inventados e de grafias grosseiras/espalhafatosas... (O ideal seria contar com o bom senso das pessoas, mas...)
    Concordo que há nomes perfeitamente normais, usáveis e cuja não inserção na lista pareça incoerente (principalmente se comparados com outros que dali constam)...

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  9. Não vou assinar esta petição. Tal como a maioria dos comentários que li, não acho que deva haver uma *total* liberdade de escolha no nome de um filho, sendo que, o Brasil efectivamente é um mau exemplo nesse aspecto. E nada disto é dito de forma ofensiva, nem para o Brasil, nem para os brasileiros. Estamos só numa saudável troca de opiniões. Acho que, de qualquer das formas, há constrangimentos na lista de nomes admitidos que não entendo (Mel e Jasmim são exemplos óbvios) e não sou mesmo nada favorável à "porteguização" da grafia ("Diane" vs. "Daiane" por exemplo) e acho que nesses casos mais valia aceitar a grafia do nome internacional...

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  10. Eu não assinaria essa petiçao!Ainda recentemente nasceu um bebé que os pais registaram como Infante da Paz...Não imaginaria que tal fosse possível.Filipa,o que tem a dizer sobre este nome tão peculiar,por favor?

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  11. Prezada Filipa,

    É natural que nesse tipo de comunicação fiquemos expostos as mais variadas formas de linguagem. É uma interação social estabelecida entre indivíduos de diferentes culturas.
    A educação é diferente em cada cultura, pois é feita por meio das histórias e das vivências de cada povo. Desse modo, não há que temer o estabelecimento de uma situação não condizente com o perfil de uma população.
    Nestes termos solicitei a fineza que fosse deixada de lado a história de meu país.
    Por fim, informo-lhe que não houve a intenção de causar nenhum constrangimento e, apesar de não ter se reportado a meu comentário, aproveito a oportunidade para lhe desejar uma boa noite!

    Cordiais saudações!

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  12. Não concordo com a petição, no sentido que ela iria ser aproveitada para criar mais nomes "esquisitos". A nossa lista já tem nomes esquisitos que baste. E estou também de acordo que a lista deveria ser revista relativamente a grafia de alguns nomes que não faz sentido.

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  13. Maria Lúcia, o seu comentário inicial parecia indicar que era desapropriado citar o que acontece no Brasil quando me parece que é precisamente o melhor exemplo que poderemos referir no âmbito do tema do post, já que partilhamos a mesma língua!!
    E é disso que se trata - da língua, e não das diferenças culturais que fazem com que Matilde ou Leonor não se usem no Brasil quando são tão populares em Portugal, ou que Fernanda e Manuela sejam cá nomes em desuso, quando são considerados muito elegantes no Brasil.
    Citou-se o Brasil para ilustrar o efeito que esta medida poderia ter na língua portuguesa, mas em Portugal. Sei bem que as grafias alteradas ou os nomes inventados não são, de todo, exclusivo brasileiro mas, lá está, porque é a mesma língua, causa-nos mais estranheza!!
    Talvez seja menos extenuante começar a citar os EUA...

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  14. Lu, não faz sentido portugueses estranharem o nome Infante da Paz (portugueses que se prezem). Tanto é verdade que Filipa nem se deu ao trabalho. Cada povo com suas peculiaridades.

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  15. Lu, acho o nome em questão bastante estranho, porque me parece um cargo ou um epíteto...

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  16. Infante da Paz traduz peculiaridades do povo português? Como? Até onde vi e pelo que a Filipa nos passa aqui, os portugueses são é bastante tradicionais na escolha dos nomes...

    Eu, pessoalmente, brasileira (de terra onde, sabidamente, há uma enorme margem de escolha para nomes), estranho bastante "Infante da Paz"... Espalhafatoso mesmo.
    Posso dizer, com toda a segurança, que detestaria portar um nome assim, e não ligaria nada para um suposto discurso de "povos com suas peculiaridades" (que não me parece que se aplica ao caso)...

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  17. Filipa, se há a lista, como teriam conseguido registrar a criança com tal nome (que sequer parece nome, mas uma alcunha, epíteto, como disse)? Seriam estrangeiros?

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  18. Ana Carolina, Infante é aprovado, mas é muito raro [zero registos em 2013]. "Da Paz" também consta da lista em algumas combinações, portanto parece-me que o registo de tal nome não levantaria grandes problemas... Mas que não é usual, não!

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  19. Lu, não fique atemorizada diante do resultado da pesquisa efetuada por Mary com aval de Filipa. As pessoas que autorizam os registros dos nomes no seu país não são as mesmas que praticam essa incumbência no meu país. De qualquer forma, assinando ou não a petição, o ato de escolha de nomes requer a participação dos responsáveis pela criança.
    Sua indagação veio a calhar. Que dó das pessoas que se chamam Impressora e Infante!

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  20. "Com o aval de Filipa"? Minha senhora ou senhor, ganhe juízo e não venha arranjar confusões onde não existem. Já percebi que não se sente confortável com as referências às práticas onomásticas brasileiras, pelo que tomarei a liberdade de a informar que existem outros espaços dedicados à temática dos nomes onde talvez se sinta mais feliz.

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  21. Eu não assinaria tal petição.
    Por um lado, é muito bonito que os pais sejam "livres" de escolher o nome que quiserem para os seus bebés. Mas por outro lado, como já disseram noutros comentários, acho que isso iria dar origem a nomes que mais valia ficarem mesmo só na imaginação.

    Mas penso que, em vez dessa petição, podiam ampliar a lista de nomes aceites. Podiam incluir nomes que, dentro do bom senso, seriam interessantes. Isso, acho que faria mais sentido.

    =)

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  22. Valha-me Deus, quanto melindre e mágoa (por acaso, insistentemente reiterados no espaço reservado aos comentários deste post) em relação à menção a certos registros de prenomes "curiosos"(para dizer o mínimo), no Brasil... Como se não se tratasse de uma realidade...



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  23. Filipa, passou-me despercebido que Infante era um nome admitido...(Que coisa, não?) Só consigo pensar mesmo nos herdeiros da coroa (e o "Da Paz" dando ares "messiânicos")... =D
    Como já disse alguém aqui, mesmo com lista, já há nomes e possibilidades de combinações bem "estranhos"...
    (Pensando aqui, dos que me ocorrem agora, em "Concha do Mar"; "Amora Silvestre"...)

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  24. Bom dia!

    Os países em questão, embora tenham o português como idioma oficial, entretanto, os critérios de escolha de nome são distintos por razões culturais, históricas, etc. Não importa o número de registro para caracterizar a nacionalidade.
    Sei que os nomes são escolhidos pelos pais e/ou responsáveis. Assim, nunca teria um filho Infante da Paz e nem uma filha Impressora.

    Sucesso no seu blog.

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  25. Obrigada pelo esclarecimento e, não,os pais não são estrangeiros, mas Portugueses que assim condenaram o seu filho a uma existência cansativa,uma vez que Infante se reporta a um título,nomeadamente ao filho não primogénito do rei,o que não é seguramente a caso.Por isso, nomes estranhos são admitidos quer em Portugal,quer no Brasil,quer nos Palop,ninguém deve ficar ofendido exceto quem os ostenta.Filipa,já agora,e Marquês?É passível de ser registado?

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  26. Nesta questão dos nomes, tenho andado a pensar numa coisa. Actualmente trabalho num sítio em que tenho contacto com comunidades mulçumana da grande Lisboa. Embora sejam portugueses têm nomes que não constam da lista dos permitidos, normalmente nomes ligados a sua religião. Se são portugueses como podem escolher esses nomes, será pela liberdade religiosa? Acho que seria um post interessante, caso alguém tivesse informação para partilhar.

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  27. Esse artigo só poderia ter sido escrito por um Gonçalo... É claro que um nome familiar a língua inglesa é uma mais valia, e não é preciso ser Melissa ou Vanessa. O mundo está a caminhar para uma só só língua e uma só cultura, o que não é necessariamente mau.

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  28. Em resposta ao primeiro comentário (eu sei, já vou um bocado tarde :P ): quem é que pode fazer a distinção entre as variações "normais" e os nomes ou versões de nomes "inventados"? Provando que no país X há Y registos daquele nome? Pessoalmente, parece-me que iria resultar em situações dúbias (Victórya sim, Vyctoria não!) -tal como a atual lista de nomes...

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  29. Nossa, quanta discussão por falar a verdade. Maria Lúcia, eu também sou brasileira e concordo com a Mary de citar o Brasil, já que como disse a Filipa, é um país com o mesmo idioma e tem essa liberdade(desnecessaria) pra colocar os nomes nas crianças. Eu sou super contra essa liberdade e super a favor de uma lista de nomes(10x maior que o que tem Portugal por questões de descendentes de italianos, franceses e japoneses que cá moram) no Brasil.

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  30. Vocês estão comentando sem ler o teor da petição, principalmente o último parágrafo, especificamente:
    "... desde que este respeite o grafismo da língua portuguesa e não seja considerado ofensivo."

    Vai por água a baixo tudo que vocês falaram contra a petição.

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